Eu tenho certeza que você já ouviu falar sobre gestão de embarques, ou os fretes internacionais. Talvez não da maneira que deveria ouvir (contém ironia).
A verdade é que desde a pandemia, o cenário anda bem instável; alta nos preços, falta de espaço, falta de contêiner, lockdowns em pontos estratégicos e muitos outros empecilhos que tanto eu quanto você sabemos que a dor de cabeça que dá só de começar a pensar neles.
Fique tranquilo, neste artigo vou te apresentar algumas dicas valiosas para te ajudar a melhorar a situação.
Não, não vou falar só de cotação e “leilão” de fretes.
Como funciona a Gestão de Embarques?
Aqui na Importe Melhor, executamos para os nossos clientes o que chamamos de Módulo de Gestão de Embarques. E é da experiência vinda desse processo, do qual fazemos constantemente, que eu trouxe os principais pilares para aumentar a sua chance de ter embarques de sucesso.
Bom, vamos imaginar aquele cenário que enfrentamos todo dia, praticamente:
Com a alta dos preços, aumenta o custo do seu produto, visto que, além do frete encarecer (nem vou entrar no mérito da conversão Dólar para Real para não pegar muito pesado), temos que incluir aí o Valor Aduaneiro, o qual é a base dos impostos de importação (II, IPI, PIS, COFINS e ICMS) e também a contribuição AFRMM.
Não paramos por aí, até mesmo porque não é uma alta de preços qualquer.
Recebemos cotações de nossos cinco agentes de carga homologados (e de outros esporádicos) quase toda semana. Sempre com alterações de preço dos armadores, ora devido à demanda, ora devido à falta de espaço.
Como se o mercado não soubesse o que quer da vida, literalmente.
Operar e, principalmente, depender dessa constante volatilidade com tantas variáveis em jogo é algo que pode nos fazer perder o foco e deixar passar detalhes que, no fim, causam problemas que poderiam ser prevenidos.
Portanto, sem mais delongas, aqui vão alguns dos principais pilares para você ficar de olho:
- Cotações
- Prontidão de Carga
- Preço
- Fornecedores (Agentes de carga ou independentes)
- Armadores
- Navios
- Lockdowns
- Geopolítica (Essa deixaremos para os noticiários)
Principais pilares para uma gestão de embarques de sucesso
Acredito que você já tenha percebido alguns clichês ali, mas sabemos que nada é tão óbvio assim.
Por isso, vou destrinchar esses pontos para entendermos um pouco melhor sobre como cada um deles pode te ajudar com os embarques e para você já sentir um pouco mais como trabalhamos esses dados para os clientes aqui da Importe Melhor.
Primeiro de tudo, sim, é importante cotar os fretes com seus agentes de confiança para saber como está o cenário atual.
Cote sempre com a certeza da prontidão da carga. Se a data de cotação (ou validade) para a reserva (Booking) estiver longe, a chance do preço ser alterado ou o agente/armador não fechar é grande. Com isso, não adiantará ter fechado o frete menor se o resto aumentar.
Na prática, essa carga vai rolar, infelizmente.
Deu o check nas cotações e na prontidão de carga? Ótimo, chegamos no preço.
Impossível não se ater a ele, visto que é um dos pontos que norteiam o embarque.
O foco deve ser, entretanto, no serviço que o agente oferece. Pois menor o preço, maior a tendência do embarque “rolar”, ou seja, outro embarque com o frete mais alto passa na frente e “rouba” o seu espaço.
Ainda assim, não significa que você deva fechar o frete mais alto; tudo é uma questão de analisar a situação de forma concisa.
Fazemos isso considerando a dica acima junto a outros fatores de impacto como a data de embarque próxima à prontidão da carga, o free time e o transit time.
E lembre-se das pegadinhas: Além do preço do frete, sempre analise os custos de destino.
Aqui não há, mas é sempre bom ficar esperto!
Incrível como apenas nos três primeiros pilares, nós já conseguimos traçar um caminho claro para conseguirmos navegar nesse mar de acontecimentos, não é mesmo?
Agentes na Gestão de Embarques
Quando o assunto são os agentes, podemos pensar que trabalhar com dois dos três maiores do país na movimentação de cargas importadas pode significar várias coisas como maior poder de barganha no armador, mais espaço garantido, menos embarques rolados, melhor preço, melhores condições de pagamentos e por aí vai.
Te garanto que, na prática, não é bem assim que funciona.
Do menor agente ao maior, todos estão com dificuldades de embarque, seja espaço, falta de equipamento ou qualquer outro motivo aleatório.
Resumindo, não está fácil para ninguém.
Ainda assim, se destacam aqueles que atuam “fora da curva”. É aí que entramos fazendo o arroz com feijão bem feito. Sem firulas e sem reinventar a roda; ser fora da curva hoje é trabalhar bem e trabalhar certo.
Faça isso e já estará acima da média.
Portanto, atenha-se a estes próximos pilares.
É muito importante sempre ter em mente que o dono do navio (ou do espaço em um navio, também chamado de Joint), sabendo historicamente que imprevistos nos embarques acontecem, seja uma carga que não ficou pronta ou o exportador que não conseguiu entregar, ele sempre liberará mais espaços do que realmente possui.
Bem no estilo overbooking das companhias aéreas.
O que acontece é que muitas dessas reservas não comparecem, o famoso “no-show”, em cima da hora, impedindo que uma nova reserva seja liberada em tempo hábil para ser alocada no lugar da que faltou.
Assim, o Armador já libera mais bookings do que há, sabendo que alguns não estarão lá para embarcar, evitando ficar no “prejuízo”, ou seja, viajar sem a carga a bordo.
Isso também faz com que ele já garanta o frete para o próximo navio, reprogramando algumas cargas; geralmente aquelas que possuem o frete mais baixo, exatamente o que acontece na prática.
No fim, geralmente quem paga mais, embarca.
Percebe como um pilar vai levando ao outro? É como se estivéssemos seguindo uma receita, onde cada ponto tem um lugar e uma função a ser exercida. Melhor, analisada.
Como estão os navios na gestão de embarques?
E é exatamente de uma análise que vou falar dos navios.
Nesse ano, notamos uma alta de problemas técnicos nos cargueiros oriundos do continente asiático. O motivo por trás disso é o fato de estarem carregando mais do que normalmente podem, gerando sobrecarga e demais complicações operacionais.
O resultado? Pode ser que no embarque tudo pareça bem e o navio simplesmente atravanca no meio do caminho.
Aquela figurinha do WhatsApp “é raro, mas acontece muito” nunca foi tão real.
Por fim, mas não menos importante, temos os Lockdowns que continuam acontecendo em pontos estratégicos, como saídas de navios, áreas fabris, etc.
Assim, os atrasos são inevitáveis e acontecem até hoje.
Sem brincadeira, é necessária muita paciência, compreensão e, principalmente, planejamento. Sempre considere esses atrasos na preparação dos embarques.
Ah, antes que eu me esqueça, a real dica de ouro:
Trabalhar na prevenção é essencial para o sucesso dos embarques.
Como fazemos uma Gestão de Embarques de sucesso?
O ponto principal que faz nossa gestão de embarques ser bem sucedida é realmente listar mais possibilidades do que geralmente consideram e planejar em cima delas de forma bem minuciosa. Por isso nossa preocupação e nosso comprometimento na criação e utilização de processos e procedimentos, sempre. Eles nos dão respaldo para podermos criar esse planejamento com maior assertividade, prevenindo mais obstáculos e, como resultado, aumentando a chance de sucesso dos nossos embarques.
Isso é importar melhor.
Espero que esse artigo e essas dicas tornem-se valiosas para você assim como são para mim.
Você pode conferir mais sobre os processos que utilizamos aqui na Importe Melhor em outros posts ou vem falar com a gente para saber mais. Estaremos sempre à disposição.